top of page
Foto do escritorCarla Bonfim

Ansiedade em tempos de pandemia!

Atualizado: 13 de mai. de 2020

A COVID-19 revirou a rotina de todo mundo, no mundo todo literalmente.


Isolamento, medo, carência, ansiedade, compulsão alimentar, insegurança profissional e econômica. São esses efeitos adversos da pandemia do novo coronavírus. E agora? Como a humanidade pode lidar com eles?


O isolamento nos restringiu a possibilidade de convivência com o outro. É aí então que pergunto: você suporta sua companhia?

Se sim, provavelmente você tem alta inteligencia fator G, que te possibilita adaptar rapidamente a situações novas sem soluções aparentes; ou você faz ou já se submeteu à psicanálise em algum momento da vida e aprendeu a atribuir prazer a si mesmo ao invés de aguardar do Outro.


Mas se sua resposta foi não, não desespere, este é o drama comum no isolamento. A carência afetiva pode vir como um desejo e uma necessidade de prosseguir a rotina e os encontros sociais normalmente, uma resistência a mudar e adaptar-se às mudanças que a pandemia exige. Pode significar a tentativa de seguir olhando para fora, para o Outro e a fuga de olhar para si mesmo, para dentro, para as questões existenciais. Segundo a psicanálise, todo excesso revela uma falta. O que falta em você que está buscando no Outro? O que falta em você que pode estar tentando tamponar com a comida? Quais prazeres você tem na vida além do prazer de comer?


Bom, vamos falar de medo e ansiedade, Emoções! Não é possível evitar sentir emoções, muito menos recomendado como saudável. Isso porque toda emoção é importante e necessária: o medo por exemplo é o garantidor de nossa sobrevivência. O interessante é aprender a reconhecer as emoções, os pensamentos, crenças e valores ligados a elas, e então aprender a lidar de maneira assertiva, equilibrada e saudável com as emoções que aparecerem. Assim como pouco medo nos traz riscos à vida, muito medo pode nos paralisar.


Sempre digo que uma pessoa com pouco medo põe a cabeça na boca do leão _ disfunção do medo para menos. Em aplicações práticas, é alguém que dirige em alta velocidade ou embreagado, que tem relações sexuais desprotegidas com vários parceiros e, agora, no novo coronavírus que não higieniza as mãos, não usa máscara, descumpre isolamento, faz visitas a familiares idosos, etc. O medo é uma emoção dentre as cinco classificadas de primárias _ alegria, tristeza, raiva e nojo _ e ligadas a elas estão as que chamamos secundárias. A ansiedade é uma emoção secundária, ligada ao medo, que nos coloca em ação para planejamento e para execução, mas o excesso dela também pode paralisar, causar insônia, exagero na alimentação e prejudicar. O que fazer em caso de muito medo? O que fazer em caso de muita ansiedade?

Uma das coisas mais importantes a meu ver é abrir mão da necessidade de controle. Entender, aceitar e assumir que não é você quem gira a manivela do mundo e que ele gira sozinho é fundamental. Muitas coisas que acontecem não dependem de você. Sobre os fenômenos naturais, sobre as decisões do outro, você pouco ou nada pode fazer para mudar-los. A própria vida é uma grande incerteza: desde que nascemos sem querer, não sabemos sobre o futuro. Aliás, sobre o futuro, temos a certeza de que morreremos sem saber quando, como, ou porque.


Quando assumimos verdadeiramente a existência humana ligada à incerteza, deixamos a ilusão a qual estamos habituados: de dizer que tudo depende do nosso esforço para acontecer "será que vou dar conta?" ou de que tudo depende de fazermos algo "o que eu faço agora?". Não faça nada, tente se acalmar e cuidar apenas do que realmente depende de você, o que não depende não é tarefa sua, aceite isso.


Sua carreira, empreendimento ou vida financeira está completamente prejudicada por este imprevisto? Empreender tem muitos riscos e certamente não é tarefa fácil lidar com a dificuldade financeira. Sabemos que ela atinge diretamente nosso psiquismo a partir de estudos científicos que já revelaram melhora em até 40% dos quadros de depressão e ansiedade a partir do aumento das condições financeiras dos indivíduos. A minha dica para lidar vem na sequencia novamente de tentar se acalmar e cuidar do que realmente depende de você, talvez não aguardar que o mundo ou as coisas voltem ao normal, mas encontrar dentro do que é o mundo de agora uma forma de transformar suas atividades profissionais para atividades cabíveis de execução no formato atual. O sucesso e a consolidação no mercado não se dão a quem chega primeiro, mas a quem consegue se transformar mais rapidademente, vide exemplo a tecnologia telefônica Blackberry e iPHONE.


Me perguntaram: "Como será o mundo pós pandemia?". Não sabemos e não temos como controlar ou prever. Me disseram; "será melhor, espero." Também espero. O que sei é que vivíamos em um mundo pós pandemias anteriores sem conscientemente nos darmos conta. Imagino que por isso já usávamos talheres ao invés de comer com as mãos, por isso já usávamos tábuas para cortar os alimentos ao invés de apoiarmos na própria pia, por isso já fabricávamos e usávamos lenços de papel, sabão e outros itens de limpeza e higiene.


Quer entender mais sobre si, seus pensamentos e emoções? Ainda dá tempo de aprender sobre si mesmo e suas emoções, busque atendimento psicológico com um bom profissional.


106 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

O amor é aprendido

O amor é um aprendizado, é dado e ensinado. Fiz uma analogia da educação escolar com a educação familiar para explicar os ensinamentos de...

Comments


bottom of page